Ana Carolina
Chuva fina batendo na vidraça, o cheiro de laranja no fundo do quintal, os passos dela na varanda junto aos meus suspiros afastando as cortinas. Ela combina a blusa com o sapato, a bolsa com a flor no cabelo, a boca com o meu paladar, saboroso como o chuvisco que falo.
Em dois minutos ela entrará pela porta.
- Não encontro minha pulseira dourada.
- Está no banheiro.
- Já procurei e não encontro.
- Está no banheiro, tenho certeza.
Eu, sentada na escrivaninha, não desvio os olhos do jornal e o café já frio.
- Não vais levar um casaco?
- A chuva já está parando.
- Mas o frio não.
A pulseira está ao lado do perfume no banheiro, como eu havia dito. Ela não levou o casaco e a chuva permanece. Deixou a sombra de seu despeito no parapeito da minha incerteza. Pensa que eu gostaria é de prendê-la em meus braços e nunca deixa-la ir. Pensa certo. Invariavelmente e para minha solidão, ela parte.
Espalho meus olhos pelo vão que deixou na porta enquanto o dia termina. O sol invadindo a persiana, sinto o toque delicado dos seus pés frios nos meus.
- Te amo. – ela me sussurra.
Adormeço.
Adorei!!!
ResponderExcluirCopiado e colado.
Esse sussurro...humaiaiai
Em apenas alguns segundos conseguimos dizer
Te amo,
tendo reflexo as vzs maravilhoso em mais de 24h.
BEijks Pantera S2
A tranquilidade de um "te amo", muda tudo.
ResponderExcluir