quarta-feira, 2 de maio de 2012

Tato

Silvia Pelissero


Não quero caminhar enquanto posso levitar

Quero rasgar as fechaduras e não abrir as portas

Quero ir até os ossos, sentir o calor do sangue e o tremor da pulsação 

Gostoso é tatear o escuro e ter surpresas com a sensação 

Tirar das vísceras o ardor da dúvida e a falta de discernimento

Vou abri a palma e deixar que voe, que perca o rumo

Com o pesar da palavra

Com o desejo que passeie pelos meus dedos e escorra de volta

Pra dentro da minha blusa.