terça-feira, 26 de outubro de 2010

Noites Eternas

Eugène-Joseph Verboeckhoven


Estás nos limites que serram meus lábios

Em delírio das neblinas, das certezas, dos incrédulos
Na brisa que corre em face trêmula
E nos instantes vagos em que em minhas pupilas passavas

Suprindo o canto das dores ocultas
Na voz silenciosa que reflete em teus passos
Julgo-me eterna em meu próprio domínio
No soar desafinado dessas noites macias

Querendo ser o espanto dos pássaros
E a coragem dessas correntezas
Sopra as arestas que rodeiam o pensamento
E os reclames das horas a fio

Sinta meus seios em tuas mãos
Ouça minhas palavras absolutas
A rima pobre desses versos incertos
E limita-te ao som que emite meu corpo

Nenhum comentário:

Postar um comentário